Escuta cá: tudo passa!

As vezes sentimos que nossa tristeza, decepção ou raiva não irão passar nunca mais. Acreditamos que nunca deixaremos de querer estar ao lado da pessoa que amamos, ou pensamos amar, e que... se isso acontecer iremos morrer de tanta dor. É incrível como nós temos a capacidade de nos envolver tão intensamente num processo vicioso "do amor" adoecido, ou desequilibrado, que agora denomino "paixão" que quase perdemos o equilíbrio e a clareza que sim! um dia isso vai passar e não vamos morrer por isso!

Eu pensei mesmo que nunca passaria... Eu pensei mesmo que não teria mais vontade de viver, caso esse amor que parecia tão belo e produtivo, que era tão intenso e convincente,  se acabasse.
E acabou.
E desabei.
E o tempo passou.
E resisti.
Os amigos me ajudaram.
E me lembrei por muitas vezes quando tive saudades, do quanto esse "amor" me deixou triste. Senti por muitas vezes  nostalgia e  carência daquela voz, então me lembrei das palavras duras e caluniosas que ouvi daquela mesma  voz. Todas as vezes que me perguntavam sobre aquele grande amor, me lembrei de todas as promessas não cumpridas e de todas as juras de amor sem efeito algum. Me lembrei do silêncio, da falta... acabei por me esquecer! Me esqueci do semblante, do cheiro, da voz, esqueci das mágoas, das vivências,  tudo parece tão distante... tão no passado... O que me lembro mais é minha alegria em estar bem novamente, em rir de pouca coisa e não me preocupar com horários ou com quem está do outro lado da linha quando o telefone toca. Me lembro de ir dançar até o pé doer, de ser quem eu sou sem pensar se estão ou não desconfiando de mim. De falar "teu", "tua", sem ser corrigida "é seu", "é sua", como se isso alterasse o sentido da frase, lembro que sou livre! para amar, para viver, para ser feliz!

E eu que pensei que nunca ia esquecer, que pensei que não vivia sem aquele "amor"!

Tudo passa! Não há mal que persista! Pode parecer impossível agora, mas escuta cá: tudo passa!