Quero voltar ao início da segunda década do século passado, mais precisamente no ano de 1913. Lá num lugarejo pobre, nasceu um anjo. Teve uma vida difícil, perdeu a mãe cedo... sabemos as consequências quando não se tem alguém de coração bom para amparar as crianças que ficaram órfãs... Casou com militar, andou na chuva, na lama, atravessou rio, enfrentou bandido, prendeu malandro, comeu o pão que o diabo amassou nos destacamentos, mas também ajudou muita gente. Passou fome, frio, privações mil.
Fim. O companheiro foi reformado.
Mudou-se para Belo Horizonte. A vida melhorou, podia estar junto do esposo com mais tranquilidade.
Em 1966, segurando na grade, duas mãozinhas pequenas, diziam: "eu vou".
Viva a maternidade! uma pequena agora lhe alegra o dia, começou a maior caridade de sua vida!
De laço de fita, vestido bordado, sapato limpinho, sempre impecável! Fia, fia, não saia do meu lado!
Desde já a D. Totinha era amorosa, deixava pra filha comida gostosa, se tinha apenas um pão, guardava pra fia com amor no coração.
Num instantinho a casa de mãe, se torna de vó, eita quanto menino!
É aqui que se completa mais um ciclo dessa história, vó que é mãe, mãe que é vó, já não se sabe mais quem cuida mais... Vovô partiu, vovó chorou, mas logo viu que a prole aumentou. Vamos todos morar com a vovó!
Vovô deixou pra vovó o único meio de nos sustentar, foi assim que crescemos, e é assim que ainda está!
Eita vó que mudou a vida de Laurinha, mas quem disse que não era pra mudar? tava escrito nas estrelas que ali era o seu lugar!
Hoje essa carta é pra Senhora, que ainda está a nos cuidar, cuida filha, cuida netos, cuida bisneta, cuida até da Ana que agora é parte da família, e cuida ainda do periquito da Rebeca e da Latifa... Eita quantos cuidados meu Deus! Que missão é essa de cuidar.
Agradeço a Senhora e ao Vô, pelo bem que nos fizeram e a mamãe que buscou, mudou a nossa vida e muito nos amou.
Hoje a senhora não me lerá, pois já não enxerga... não me ouvirá, porque já não escuta, mas saberá que muito somos gratas ao amor que dispensou, à mão que calejou, ao descanso que evitou e as vezes que orou, agradecendo a Deus que sempre nos cuidou, através de suas mãos nos ajudou!
Saberá sim que somos gratos, pois assim como ensinou, hoje estou orando, pedindo ao senhor que lhe conte tudinho que diz meu coração: vovozinha, minha querida, és um anjo bom, que ainda hoje com 96 aninhos, em difícil condição, insiste em cuidar dos filhinhos do coração!
Obrigada Senhora, por nos causar tanta emoção!
Carta à vovó Antónia, hoje com 96 anos que ainda cuida dos seus.
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OI,
ResponderExcluirBOM! MUITO BOMMMM!!! EMOCIONANTE...
Num é! Ela nos emociona! assim fica fácil falar dela!
ResponderExcluirFilha minha,
ResponderExcluirMais lindo que esta carta poesia, é seu amor por ela.
Te amo.