terça-feira, 25 de maio de 2010

Nostalgia.....

O mundo é mesmo muito grande, mas porque que algumas vezes ele parece tão pequeno? Cabendo apenas uma pessoa?

Nordestinos no sertão enfrentam a seca, tentam sobreviver com quase nada de água. Não existem flores, nem árvores, a terra é rachada como a pele maltratada do seu povo... me interesso pela história de vida dessas pessoas, elas certamente tem uma riqueza imensa para acrescentar na vida de uma pessoa como eu, que tenho água para beber, me banhar, divertir e até lavar o terreiro... Certamente também me interessa discutir e pesquisar porque o projeto de transposição do Rio São Francisco se iniciou, mas curiosamente só tem beneficiado os grandes agricultores e criadores de gado. Mas eu não conheço o Nordeste e passo alguma parte do meu tempo pensando em uma única pessoa. Se naquele dia ela vai enfrentar uma chuva no fim do trabalho ou se naquele momento ela pode sentir que meu pensamento é para ela.  

Crianças de todas as idades estão pelas ruas e muitas outras estão nos abrigos à espera de uma oportunidade de viver em família. Essas crianças, desde pequenas têm vivido momentos de dificuldade com a família ou no meio em que viviam e muitas delas foram tiradas dos próprios pais em estado deplorável, devido ao vício dos responsáveis. Elas são tão pequenas e já viveram momentos terríveis que eu jamais presenciei. Elas conheceram a dor que eu não conheci e poder ter uma delas comigo seria uma grande escola. Uma grande oportunidade de crescimento para mim e para ela. Mas eu não adotei nenhum menino e passo alguma parte do meu tempo pensando como seria ter um filho com o rostinho dessa pessoa que habita meus pensamentos. 

Outro dia estava me lembrando como é bom viver, dançar, estudar, ter mãe, ser mãe, ter esperança, amar, viajar, como é bom ver a Lua bem linda e oferecê-la a alguém, como se fôssemos pequenos Deuses e pudéssemos presentear a quem desejamos com as criações da natureza. Estava olhando pro céus e sentido que todos os problemas podem ser bem pequenos quando olhamos para a imensidão.

Outro dia estava me lembrando como viver pode ser tão doloroso, como somos egoístas e indiferentes, como é difícil ver tanta sujeira e pobreza nas cidades, como é difícil confiar nas pessoas que não conhecemos e ainda como é triste ser rejeitada e esquecida pelas pessoas que se ama, como acontecem com tantas crianças e velhos. 

Hoje percebo que esses dois dias vivem constantemente dentro de mim. Fazem parte do mundo em que vivo. Quando estou sendo levada pelas ondas bruscas do mar, sinto a vida tão dolorosa. Quando estou a salvo, na praia, a vida é bonita e esperançosa.

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